Rodada de investimento garante expansão na América Latina, começando pelo México; Anatel deve autorizar operação em breve
‘Showman’. Richard Branson, dono do grupo Virgin, lançou operadora da empresa na Índia. FOTO: Reuters
SÃO PAULO – Motivo de especulação há pelo menos três anos, a chegada da operadora Virgin Mobile ao Brasil agora tem data marcada. A empresa anunciou sua estreia no País em 2015, após ter captado o dinheiro necessário para sua expansão. A autorização para operação no Brasil está prestes a ser aprovada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), segundo a própria agência.
A Virgin Mobile Latin America conseguiu um aporte de US$ 86 milhões, em uma captação liderada pela Temasek, companhia de investimento do governo de Cingapura. A empresa também acertou uma linha de crédito ampliada de US$ 41,5 milhões com a International Finance Corp e o fundo Central American Mezzanine Investment Fund II.
Em 2011, logo depois de criar uma holding para a América Latina, Richard Branson, dono do conglomerado Virgin, disse à revista Exame que estudava a possibilidade de entrar no mercado de telefonia no Brasil. E alfinetou: “Adoramos entrar em mercados com empresas um pouco inchadas, um pouco acomodadas, que costumam cobrar alto do consumidor”.
Em janeiro deste ano, a Virgin anunciou acordo de compartilhamento de redes de telefonia com a Vivo e pedido de licença para lançar operadora celular virtual no Brasil.
Na época, a companhia também fechou acordo de compartilhamento com a Telefónica, controladora da Vivo, no México, onde prepara para breve o lançamento de suas operações. A Virgin Mobile já atua no Chile e na Colômbia.
No Brasil, a Virgin Mobile reforçará o incipiente grupo de operadoras móveis virtuais, que é formado por Porto Seguro, unidade da seguradora, e Datora Telecom. Os Correios recentemente também obtiveram autorização para operar telefonia celular.
“O mercado local está indo para uma fase consolidada e começa a abrir espaço para as operadoras virtuais”, avalia Eduardo Tude, analista da consultoria Teleco. “É um tipo de operadora mais focada em nichos”.
Nicho
Operadoras de redes virtuais móveis (MVNO, na sigla em inglês) são aquelas que não possuem infraestrutura própria e que usam a rede de outras empresas. No caso da Virgin, seu nicho evidente é público jovem. No Facebook da Virgin mexicana, a comunicação é colorida, moderna e com ênfase em comportamentos típicos das redes sociais. “Chegamos ao México e procuramos um ‘socialstar'”, diz uma das peças.
A Virgin não informou quando espera iniciar a operação comercial no País, comentando apenas que prevê que isso será feito “o quanto antes for possível”, após a liberação da licença pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Em fevereiro, representantes da empresa se reuniram com a Anatel para apresentar seu modelo de redes virtuais móveis. Segundo a assessoria da Anatel, a autorização para operação da empresa deve sair em breve.
/ COM REUTERS