“Transformer” da vida real
Robô inspirado em origami se monta sozinho
Sanduíche de plástico e papel funciona sem ajuda

Inteligentes. Robôs se montam e andam sozinhos, mas processo ainda tem falhas
PUBLICADO EM 09/08/14 – 03h00
SÃO PAULO. Os robozinhos criados pela Universidade Harvard, nos Estados Unidos, não meteriam medo em Optimus Prime, chefão dos Transformers dos filmes, mas não se pode negar que eles têm muita coisa em comum com os robôs da ficção. Os autômatos são capazes de modificar sua própria forma para assumir uma nova função e sair caminhando por aí. A diferença, no entanto, é que sua forma original não é a de carros ou aviões, mas a de uma simples folha de papel, dobrada de acordo com os princípios do origami, a tradicional arte japonesa das dobraduras.
Em artigo na revista “Science”, a equipe coordenada por Sam Felton e Bob Wood explica como chegou às geringonças. Refinar as técnicas usadas tem potencial para facilitar uma série de processos da indústria eletrônica. “Nós queríamos produzir uma máquina complexa capaz de dobrar a si mesma e funcionar sem nenhuma ajuda humana”, conta Felton. “Esse tipo de fabricação tem potencial para agilizar e baratear a montagem tradicional, com porcas e parafusos, típica de robôs e outras máquinas complexas”.
Os robôs começam como folhas planas, feitas a partir de um “sanduíche” de plástico e papel. Ao serem fabricadas, elas foram pré-marcadas com os locais onde as dobraduras deviam acontecer. As folhas também receberam geradores de calor (responsáveis por desencadear a dobra), microprocessadores e motores. Depois, bastou ativar o “cérebro” dos robozinhos de 10 cm de comprimento para que eles se autodobrassem e saíssem andando.
Com aperfeiçoamentos na tecnologia, os cientistas creem que ela possa ser útil na montagem de satélites no espaço ou de robôs de resgate em espaços confinados, como desabamentos.