O evento de desenhos japoneses Anime Friends está ocorrendo do dia 17 a 20 e de 24 a 27 de julho em São Paulo. Alunos da escola Saga, junto com seus instrutores, estão exibindo games brasileiros na feira. A coluna Geração Gamer conversou com quatro autores de jogos. Confira: Conheça a Labindie: o trabalho acadêmico que virou incubadora de games Anime Friends é um evento voltado para animação japonesa, mas também chama atenção de gamers (Foto: Creative Commons/Flickr/Matheus Misumoto) Um jogo é inspirado pela literatura de Howard Phillips Lovecraft The Myth of R’lyeh foi inspirado em histórias de terror consagradas e é em 3D (Foto: Divulgação) O escritor H. P. Lovecraft foi uma influência inegável nos livros de terror do começo do século 20 e inspirou o jogo brasileiro The Myth of R’lyeh. O título foi inspirado no conto “O Chamado de Ctchulhu”, em que uma criatura adormecida acordará num momento apocalíptico. Lovecraft foi uma influência forte no jogo brasileiro (Foto: Wikimedia Commons) “Não só no conto de Lovercraft nos inspirou, mas também outros livros como ‘Drácula’, de Bram Stoker, ‘O Retrato de Dorian Grey’, de Oscar Wilde, e ‘O Médico e o Monstro’, de Robert Louis Stevenson. No entanto, nossa maior influência é A Liga Extraordinária, de Alan Moore, que reuniu em um mesmo universo vários personagens clássicos da literatura”, nos explicou Lucas Silva (29), um dos criadores de Myth of R’lyeh, que acredita na desmistificação do gamer com a popularização da indústria brasileira dos jogos. O jogo brasileiro é de ação e de aventura em terceira pessoa, com elementos puzzle e stealth. Diz o desenvolvedor: “A primeira versão beta pública foi feita durante um desafio de desenvolver um jogo em 30 dias. O nosso time de desenvolvimento chamado Retro Raptur é composto por 10 pessoas”. O protagonista de The Myth of R’lyeh tem o nome de Van Helsing (Foto: Divulgação) The Myth of R’lyeh também conta com o personagem Van Helsing famoso em romances de vampiros como principal. “Nosso protagonista é o Dr. Jan Van Helsing, pai de Abraham Van Helsing, que destrói o Drácula no romance de Bram Stoker. Como o jogo se trata de uma investigação sobre algo sobrenatural, ambientado em Londres, achamos interessante mesclar essa história com mecânicas de combate, puzzle e stealth. O jogador terá de agir sorrateiramente para chegar às respostas do game”, finaliza. Jogo coloca protagonista feminina doce e resistente vista de cima The Ancient Battle tem visão aérea e um design todo japonês (Foto: Divulgação) Kleidson Rodrigues de Abreu (27) joga desde os cinco anos e foi um dos desenvolvedores de The Ancient Battle. Ele contou com uma equipe maior do que seus colegas, além de apostarem em uma protagonista mulher. “O jogo foi desenvolvido em 30 dias e 15 pessoas estiveram envolvidas no projeto”, explica. E por que apostar em uma protagonista feminina? Ele nos exibe o argumento, baseado na história do próprio jogo: “O enredo central é em torno de duas irmãs. A personagem principal entra em uma jornada para salvar a alma de sua irmã que foi aprisionada após a sua morte. Escolhemos uma protagonista feminina para representar uma figura mais frágil, doce e delicada, mas ao mesmo tempo determinada persistente e carismática”. O jogo brasileiro tem um aspecto parecido com um desenho animado (Foto: Divulgação) O game também aposta numa visão aérea, o que permite uma jogabilidade diferente do 3D ou mesmo do jogo simples de plataforma. ”Podíamos ter desenvolvido em outros estilos, mas, após alguns testes, identificamos que top view seria o melhor para a dinâmica e inclusão do modo cooperativo multiplayer”, finaliza Kleidson. Game brasileiro resgata a nostalgia do carrinho de controle remoto Tela inicial do jogo brasileiro Remote Race (Foto: Divulgação) Rafael Menezes (25) começou nos videogames aos sete anos e reclama de falta de apoio na cena indie de jogos no Brasil. Ele desenvolveu Remote Race em uma equipe pequena de seis pessoas em 30 dias. Apenas seis pessoas fizeram Remote Race, que funciona no multiplayer (Foto: Divulgação) “O nosso objetivo principal era criar um jogo que fosse divertido e desse a possibilidade de jogar com mais de uma pessoa ao mesmo tempo. Por isso, pensamos em um jogo de carrinho de controle remoto em que o ambiente fosse um quintal de uma casa e o trajeto tivesse sido feito por uma criança”, explica Rafael. O jogo nacional com carrinhos é num quintal de uma casa (Foto: Divulgação) Game nacional traz protagonista feminina em universo cyberpunk A heroína April está num futuro distópico no jogo Cyberpunk X-01 (Foto: Divulgação) “O jogo é ambientado em um mundo cyberpunk em que a tecnologia avançada se mistura em todas as classes sociais. Nesse universo fictício, uma empresa robótica controla a tecnologia de inserção de chips em humanos e manipula a maioria das pessoas da cidade”, diz Caio Cipó (26), que começou nos videogames aos seis e ajudou a criar Cyberpunk X-01. O projeto foi desenvolvido em 30 dias com uma equipe de nove pessoas, sendo dois artistas 2D, três artistas para desenvolvimento do cenário 3D, um artista para personagens, um artista para animação 3D e um programador. E Caio continua explicando a história: “Em contrapartida, uma série de movimentos sociais prós e contras essa tecnologia acabam surgindo, e cabe à empresa contratar mercenários para manter seu império”. A realidade com seres artificiais chamados Replicantes, no filme Blade Runner, inspirou o jogo brasileiro (Foto: Divulgação) O jogo brasileiro se inspirou no filme Blade Runner, por conta do submundo cyberpunk, e na série Matrix, por conta da ambientação tecnológica e tonalidade de cores. Por ser um game de plataforma e-scroller, Cyberpunk X-01 se inspirou em Mega Man. Cyberpunk X-01 se inspirou também no filme Matrix (Foto: Divulgação) É inusitado no jogo a opção por uma protagonista mulher, saindo dos enredos repetitivos e machistas. “A heroína da história, April, foi inspirada em Dorothy, da obra ‘O Mágico de Oz’, e tem uma evolução interessante durante o jogo. A nossa ideia é mostrar todas as dificuldades enfrentadas pela personagem, por ser totalmente contra a empresa para qual presta serviço. Ao longo do jogo, April é traída por seu próprio parceiro de anos de trabalho, sendo dividida entre os sentimentos de amizade e raiva. Em um certo momento, ela terá de enfrentar as suas próprias emoções e lutar contra o seu ex-amigo”, afirma Caio Cipó. O desenvolvedor acredita que a heroína foi composta especialmente para encaixar em um enredo repleto de desafios. “Com uma personagem feminina fica mais interessante explorar os conflitos, já que as mulheres, normalmente, são mais emotivas e expressam de maneira mais clara os seus sentimentos”, finaliza. saiba mais Desenvolvedora brasileira cria jogos para Cartoon Network e Copa do Mundo Button Soccer: conheça os brasileiros desenvolvedores do jogo de botão Artista digital fala sobre o mercado de trabalho em games no Brasil ‘Jogos sociais conquistam mais as mulheres’, diz criador do QuizUp
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