Empresário vendeu o domínio ebola.com e pretende capitalizar com muitas outras doenças mortais.
Por J.F.
O empresário Jon Schultz anunciou em meados de outubro que pretendia vender o domínio ebola.com por 150 mil dólares (119 mil euros), mas graças à constante cobertura da doença pela imprensa internacional, acabou por conseguir um valor superior.
Por 214 mil dólares (158 mil euros) uma empresa ficou na posse do site com o nome da doença que assola o continente africano e que já matou perto de cinco mil pessoas na África Ocidental desde março.
Essa empresa é a Weed Growth Fund, que apesar do nome inglês é uma firma da Rússia, que tem como negócio principal a comercialização de produtos recreativos e terapêuticos produzidos a partir de canábis. Assim, Schultz recebeu 40 mil euros em dinheiro e 19.192 ações avaliadas em cerca de 130 mil euros.
O site oferece informação genérica sobre o ébola, notícias sobre a doença e um acesso rápido para fazer doações para os Médicos Sem Fronteiras.
As outras doenças de Schultz
Schultz comprou o domínio em 2008, quando o ébola era algo desconhecida para o mundo ocidental, por pouco mais de dez mil euros. E agora que o vendeu, não ficou sem novas ideias de negócio. A sua empresa, a Blue String Ventures, é também detentora dos domínios da gripe das aves, tanto BirdFlu.com como o site H1N1.com, e outras relacionadas com epidemias mortais, como a doença de chikungunya, um vírus da região das Caraíbas, ou o vírus de Marburg. A estratégia deste “mercador da morte”, como lhe chama o jornal Washington Post, é simples: comprar sites genéricos para os rentabilizar.
E o que leva a alguém a comprar o site ébola.com? Para Jon Schultz houve duas razões. A monetária e a hollywoodesca. “Depois de ver o filme Epidemia (Outbreak no original, de 1995) fiquei fascinado pelo assunto e não resisti em comprar o domínio”, disse o empresário.