Com o status de veículo mais vendido na história da indústria automobilística – são mais de 40 milhões de unidades comercializadas nos cinco continentes -, a nova geração do Corolla acaba de chegar ao Brasil. Por aqui, o sedã que é vendido desde 1994 (mundialmente ele estreou em 1966) é quase um mito, graças a fama de resistência e a qualidade do pós-venda.
Nessa décima primeira geração, o modelo ficou maior são 4,62 metros de comprimento, 1,78 m de largura e 1,48 m de altura. Com isso, o sedã ficou oito centímetros mais longo, oito centímetros mais largo e cinco centímetros mais baixo em relação ao seu antecessor. A distância entre-eixos é de 2,70 metros, representando um aumento de 10 centímetros.
Fabricado em Indaiatuba, no interior de São Paulo, a nova geração do Toyota Corolla começou a ser vendida ontem em todo o Brasil. Um dos países que irá receber o modelo fabricado aqui é a Argentina |
Por baixo da carroceria, a motorização de 1.8 e 2.0 litros foi mantida e a maior inovação foi no sistema de partida à frio – que agora dispensa o tanque de gasolina auxiliar. O propulsor 1.8 rende 139 cv quando abastecido com gasolina e 144 cv com etanol, sempre a 6 mil rpm. O torque máximo, atingido aos 4.200 giros, é de 17,7 kgfm com gasolina e 18,4 kgfm com etanol. Esse motor pode ser associado a uma transmissão manual de seis velocidades ou a nova automática Multi-Drive, que simula até sete marchas quando é operada no modo sequencial – a anterior tinha apenas quatro.
O motor 2.0 desenvolve 143 cv de potência a 5.600 rpm, quando abastecido com gasolina, e 154 cv de potência a 5.800 giros, com etanol. O torque máximo é de 19,4 kgfm a 4.000 rotações com gasolina e 20,3 kgfm a 4.800 giros com etanol. Esse propulsor utiliza apenas a nova transmissão automática.
De acordo com a fabricante, o motor 2.0 está 15% mais rápido no teste de aceleração de 0 a 100 km/h e 27% mais ágil no teste de retomada entre 80 km/h e 100 km/h.
Desde a versão de entrada GLi, o veículo vem equipado com direção eletroassistida progressiva, ar-condicionado, chave do tipo canivete – pela primeira vez -, computador de bordo com seis funções, coluna de direção com regulagem de altura e profundidade, hodômetro e relógio digital, sistema de som com conectividade USB para iPod e similares e dispositivo Bluetooth, vidros e retrovisores com acionamento elétrico. A XEi ganha itens com comandos digitais para o ar e acabamento em couro. A Altis tem como destaque o sistema de partida por botão e ajustes elétricos para o banco do motorista.
A nova geração do sedã médio da Toyota tem 4,62 metros de comprimento, 1,78 m de largura, 1,48 m de altura e 2,70 m de distância entre-eixos |
Preços
A Toyota faz valer a fama e abusa do preço do Corolla. O GLi, que tem motor 1.8, custa R$ 66.570 com câmbio manual e R$ 69.990 com caixa automática. As outras duas configurações são equipadas com motor 2.0 e câmbio automático. A XEi, que deverá corresponder a 70% das vendas, sai por R$ 79.990. Já a topo de linha Altis custa R$ 92.990. O único opcional de todas as versões é a pintura metálica, que custa R$ 900.
Concorrência
Atual líder do segmento, a Honda cobra entre R$ 65.890 (LXS) e R$ 83.990 (EXR) pelo Civic, R$ 9 mil a menos quando comparado com uma versão equivalente do Corolla. Lançado em outubro, o Nissan Sentra é oferecido entre R$ 62.190 (S) e R$ 73.490 (SL), R$ 19.500 a menos que o sedã da Toyota. Importado do Japão, o Mitsubishi Lancer custa entre R$ 67.990 e R$ 85.490 (GT).
As francesas também oferecem seus sedãs médios por preços mais baixos. Lançado no último trimestre do ano passado, o Citroën C4 Lounge custa entre R$ 60.990 (Origine) e R$ 80.490 (THP Exclusive). O Peugeot 408 vai de R$ 62.990 (Allure) até R$ 75.990 (THP Griffe). A Renault cobra R$ 63.899 pelo Fluence mais barato (Dynamique) e R$ 87.299 pelo mais caro, o esportivo GT.
A versão intermediária XEi oferece espelho retrovisor interno antiofuscante e ar-condicionado digital, mas não há espelho no para-sol esquerdo |
O Chevrolet Cruze também fica nessa média. O mais barato (LT) custa R$ 72.090 e o topo de linha (LTZ) sai por R$ 85.890. O Volkswagen Jetta, que custa entre R$ 67.990 (Comfortline) e R$ 92.890 (Highline TSi), e o Ford Focus, vendido entre R$ 70.690 (S) e R$ 90.890 (Titanium Plus), são os que mais se aproximam dos preços do Corolla, no entanto possuem mais equipamentos e são mais potentes que o rival.
Todos esses concorrentes, com exceção do Nissan Sentra, oferecem controle de tração nas configurações topo de linha, item que o Corolla não dispõe nem na versão Altis. O único equipamento exclusivo do sedã da Toyota é o airbag para os joelhos do motorista. Faróis de xenônio e teto solar não são oferecidos nem como opcionais.
O duro é pagar os quase R$ 80 mil na versão mais vendida e não encontrar um espelho no para-sol do motorista. Em resumo, a Toyota faz seu papel em cobrar pela ótima reputação, mas o consumidor deve exigir mais.
* O jornalista viajou a convite da Toyota