As ilustrações do Google na página principal, mais conhecidas como doodles , sempre fizeram muito sucesso. Com a Copa do Mundo de 2014, a atenção dos usuários do buscador para os desenhos e animações cresceu. Para um resultado ainda melhor, os habilidosos artistas autores dos doodles da Copa estão no Brasil durante todo o mundial para captar o sentimento do evento. Em conversa com o TechTudo, a dupla revela o processo de criação, lamenta a derrota do Brasil e ainda dá pitaco para a final. Google ensina crianças e jovens a arte dos Doodles no Museu do Futebol Matthew Cruickshank (esquerda) e Ryan Germick (direita), no Museu do Futebol (Foto: Renato Bazan/TechTudo) Eles são Ryan Germick e Matthew Cruickshank, líderes dos “doodlers” – equipe de designers. Desde junho, trabalham na agência paulista do Google para criar, dia após dia, novas animações para mostrar ao mundo. O TechTudo se encontrou com a dupla no Museu do Futebol, na tarde de quinta-feira (10). TechTudo: Qual a visibilidade do trabalho dos Doodles, bilhões de pessoas por dia? Ryan Germick: Trilhões [de pessoas], eu acho! Matthew Cruickshank: Até os aliens! TT: Como é o processo criativo? Cruickshank: Vasculhamos uma longa lista de tópicos potenciais que poderiam ser celebrados. Um doodle é uma celebração das conquistas humanas, de uma pessoa incrível que queremos mostrar para o mundo – famosa ou não –, uma incrível invenção ou alguma grande causa para ajudar na medicina. Realmente pode ser qualquer coisa, um grande filme ou uma importante obra de arte. TT: A rotina de novos doodles evoluiu ao longo dos anos. Como foi essa mudança? Cruickshank: Eu acho que é por causa da popularidade dos doodles. Eles representam um ser humano por trás de uma grande companhia. Uma corporação que gosta de rir, aproveitar e ver o lado bom da vida. Conforme a popularidade cresceu, cresceu também o time e a ambição envolvidos. Não precisa ser uma imagem estática, embora ainda gostemos disso, se for apropriado para a situação. Mas, em geral, conforme a tecnologia e a popularidade progrediram, fomos mais ambiciosos e melhoramos os doodles. Atualmente, eles se movem e agem de uma forma impensável. Antes de Cruickshank trabalhar no Google, ele era um dos principais ilustradores da Disney (Foto: Renato Bazan/TechTudo) TT: Qual é a estrutura da sua equipe? Germick: Existem por volta de dez doodlers, além de engenheiros que nos ajudam com os doodles interativos e líderes de projetos. Mas, existem centenas de pessoas ao redor do mundo nos provendo ideias, traduções, guias culturais. O time é basicamente estruturado de acordo com o líder do projeto. Foi ótimo ver a pureza do jogo. Ver o mundo se juntar em torno desse esporte foi realmente animador Ryan Germick O Matt [Matthew Cruickshank] é o líder do projeto da Copa do Mundo e o mundo que criamos foi basicamente visão dele, mas outros doodlers tentam ajudar, incluindo eu, com o que for preciso. O que esperamos com isso é criar uma espécie de posse, alguém que seja ilustrador/animador/líder para cada projeto, e tentar celebrar aquilo da forma mais criativa e animadora. TT: Sobre o projeto da Copa: quando começou e como tem sido a reação do público? Cruickshank: Começou três meses antes. Assim que soubemos que seria algo grande e ambicioso, viemos para o Brasil e viajamos até São Paulo e o Rio de Janeiro para encontrarmos inspiração e entendermos um pouco mais da cultura do futebol. Já estava bem claro naquele momento que usar animações seria importante.
Acabamos decidindo que as letras deveriam se tornar personagens como
jogadores, torcedores, repórteres e etc. Voltamos e nos integramos ao escritório de São Paulo por um mês inteiro.
O que nos inflamou de verdade foi que rapidamente as pessoas se
animaram ao perceber que estávamos fazendo um doodle novo todos os dias,
celebrando jogos individuais e que os personagens faziam coisas
diferentes – treinavam em dias que não havia nenhum jogo, se
preparando. No jogo de Gana contra Estados Unidos, por exemplo, nós
decidimos que toda vez que um gol fosse feito, nós lançaríamos um ovo de
uma das águias. O que nos inflamou foi que as pessoas se animaram
ao perceber que havia um doodle novo todos os dias Matthew Cruickshank TT: E a oficina com crianças sobre doodles. Como foi? Cruickshank: Foi ótimo! Essa é uma chance de falar sobre animação e movimento, que é um meio incrível, um tipo de arte muito bonito. Foi muito empolgante trabalhar com as crianças e ver suas imaginações, é como nós deveríamos abordar cada doodle, com a mente de uma criança. Germick: Todo ano, ao redor do mundo, fazemos a competição “Doodle for Google”, que já aconteceu no Brasil também. Na versão dos EUA tivemos mais de cem mil candidatos neste ano, e a melhor parte é que os finalistas vieram visitar o Google. Ficar no meio dessas crianças, com todo o entusiasmo e talento … Não tem coisa melhor do que isso. TT: Cruickshank é da Inglaterra e Germick dos Estados Unidos. Como tem sido acompanhar o evento? Cruickshank: Bem, a Inglaterra ficou na competição por ‘cinco minutos’, então isso não foi problema, e eu virei brasileiro até terça-feira (8). Aí o Brasil perdeu e eu virei argentino. Então eu fiquei bem aberto a mudanças, três vezes. O que tem sido melhor é que a coisa toda foi uma grande celebração. Então, os resultados não importam tanto, mais o fato de todos estarem juntos, se divertindo. Eu espero que seja um time sul-americano, mas eu não tenho certeza contra esse time alemão Matthew Cruickshank b Germick: /b Joguei futebol quando criança. Foi o primeiro
esporte que eu joguei, dos seis anos até os 12, e eu tenho um amor
profundo pelo jogo. Mas, não é muito popular nos Estados Unidos em
termos de esportes profissionais como basquete, futebol americano ou
beisebol. Foi a primeira vez que eu segui a Copa do Mundo de perto, e
tem sido realmente divertido. Foi ótimo ver a pureza do jogo – é um jogo
bastante simples, com poucos equipamentos, basta ter uma bola esférica e
um terreno plano. Ver o mundo se juntar em torno desse esporte foi
realmente animador. TT: O Brasil fez uma boa Copa? Cruickshank: Absolutamente, foi um grande sucesso. Os jogos foram realmente bons. Os gols secaram um pouco nos últimos jogos, mas isso é parte da tensão na reta final. Germick: Eu acho que foi um grande sucesso, também. Obviamente, quando há um evento desse porte com essa quantidade de dinheiro circulando, há muita política e essas coisas, mas quando você foca só no que é positivo nele, há muito o que comemorar. O modo como os torcedores se juntaram, o modo como o Brasil foi representado como país-sede foi bom. Estou considerando voltar para as Olimpíadas, porque foi ótimo estar aqui. TT: Qual o palpite de vocês para a final da Copa? Cruickshank: Eu espero que seja um time sul-americano, mas eu não tenho certeza contra esse time alemão. Eles são muito, muito bons. Mas eu espero que a Argentina ganhe. Germick: Eu não quero que ninguém pense que estou favorecendo um time ou outro na hora de criar os doodles. Mas, é conflitante, tenho muita lealdade ao Brasil, mas é um lugar difícil para estar: um rival do futebol contra o time que os derrotou de forma horrível [7 a 1]. Eu me sinto em conflito com o povo brasileiro. Mas, estou do lado da Argentina. A Alemanha jogou de forma incrível, mas é tão divertido ver o Messi jogar. Ele é um jogador tão carismático que espero que ganhe. Qual o melhor Doodle do Google? Opine no Fórum do TechTudo. Para concluir, a dupla não revelou nenhum detalhe sobre o doodle da final. Germick explica que um dos princípios do Doodle do Google é não falar nada antes da hora. Vale aguardar e esperar pela surpresa. saiba mais Doodle do Google põe rivais Itália e Uruguai em quiosque na Copa 2014 A história por trás dos Doodles do Google; entenda como nasceu o projeto Com jogo no Rio, Google cria Doodle da Copa inspirado em favelas cariocas Copa do Mundo 2014: Doodle faz homenagem aos ‘torcedores de escritório’
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